terça-feira, agosto 29, 2006

"O covarde nunca tenta, o fracassado nunca termina e o vencedor nunca desiste."

"O mal de quase todos nós é que preferimos ser arruinados pelo elogio a ser salvos pela crítica".

Norman Vincent Peale

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"A música tem encantos que suavizam o peito mais selvagem, amaciam rochas, inclinam um velho carvalho."
Willinam Congreve

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"...Eu tomo café pra mim não chorar
Pergunto à nuvem preta quando o sol vai brilhar
Estou sentado em minha cama
Tomando meu café prá fumar
Estou sentado em minha cama
Tomando meu café prá fumar
Tracado dentro de mim mesmo eu sou, um canceriano sem lar..."
Raul Seixas

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segunda-feira, agosto 28, 2006

Esta é a primeira foto de uma sequência de fotos branco e preto que foram tiradas no mês passado na Chapada dos Veadeiros.
Logo mais postarei as demais.
Esta foi tirada em um domingo logo cedo, dá pra ver que a noite passada foi boa, garrafa de cachaça vazia, a famosa arnica, e um par de havaianas esquecido.
Um belo dia nos espera!
"Sempre houve o suficiente no mundo para todas as necessidades humanas; nunca haverá o suficiente para a cobiça humana."
Mahatma Gandhi

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sexta-feira, agosto 25, 2006

Positividade
"Alguns anos atrás, porém há não muito tempo, existiam aqueles que me diziam, Bom, você tem três coisas contra você: você é negro, cego, e pobre. Porém Deus me disse, Eu vou te tornar rico em inspiração, para que possas inspirar outros e também criar músicas que encorajem o mundo a ser um lugar para todos, de esperança e de positividade. Eu acreditei NELE, e não neles."
Stevie Wonder

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quarta-feira, agosto 23, 2006

"A imaginação é mais importante que o conhecimento. O conhecimento é limitado. A imaginação envolve o mundo."

"O tempo e o espaço são modos pelos quais pensamos e não condições nas quais vivemos."

Albert Einstein

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"Se as pessoas são boas só por temerem o castigo e almejarem uma recompensa, então realmente somos um grupo muito desprezível."

"Existem apenas duas coisas infinitas - o Universo e a estupidez humana. E não tenho tanta certeza quanto ao Universo."

Albert Einstein

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"Liberdade é uma palavra que o sonho humano alimenta, não há ninguém que explique e ninguém que não entenda."
Cecília Meireles

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sexta-feira, agosto 18, 2006

ô Galera Bunita!

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quinta-feira, agosto 03, 2006

Dúvidas Sobre a Verdadeira Dívida
A primeira vez que li o texto A Verdadeira dívida (às vezes identificado como "A Dívida externa da Europa" ou "Índio não quer mais apito") foi em junho de 2002. Ele me chegou por e-mail, sendo apresentado como a transcrição de um discurso do cacique indígena Guaicaipuro Cuatémoc em uma reunião de líderes de governo na Europa. E me seduziu, é claro, porque é uma excelente idéia bem desenvolvida: se a América Latina deve à Europa, a recíproca também é verdadeira; se a nossa dívida é enorme e, a essa altura, impossível de ser paga, a deles é imensamente maior e quase incalculável. A única diferença é que, quando do endividamento do terceiro mundo, chama-se financiamento ao que na verdade é a velha usura; antes, quando os recursos naturais do novo mundo foram "transferidos" para a Europa, entre os séculos 16 e 18, não se chamava empréstimo, mas colonialismo, ao que na verdade era roubo puro e simples. A conclusão é velha e óbvia como as bases do marxismo: o arcabouço jurídico do capitalismo, que permite a cobrança de juros na transferência de recursos entre as nações, só é possível sobre uma base histórica de banditismo. CQD.
"A Verdadeira dívida" é um lúcido ensaio sobre a dívida do terceiro mundo e sua impossibilidade lógica, podendo inclusive ser aplicado aos países da África e Ásia sem grandes modificações. E se torna mais atual no momento em que novos governos latinoamericanos (em especial o brasileiro) têm o respaldo social e a oportunidade histórica para questionar todo o sistema que gerou a tal dívida que nunca vai ser paga. O problema é que, da forma como me chegou às mãos (da forma como vem circulando na internet), é evidentemente uma peça de ficção.
A maioria das mensagens que espalham o texto, e dos sítios que o reproduzem, não diz que reunião foi esta em que o discurso foi pronunciado. Trata-se simplesmente de uma "reunião de cúpula realizada na Europa", ou especificamente "na Espanha".
Alguns, no entanto, localizam-no na "conferencia dos chefes de estado da União Européia, Mercosul e Caribe", realizada em Madri em maio de 2002. Outros indicam uma "reunión de Jefes de Estado de la Comunidad Europea" que teria ocorrido em 8 de fevereiro de 2002. A fragilidade dessas e de outras versões é que o mesmo texto, com mínimas variações, circula pela Internet há bem mais tempo. Há, por exemplo, uma versão em italiano que foi publicada em outubro de 2000.
O nome "Guaicaipuro Cuatémoc" tem hoje (dezembro de 2002) mais de 800 referências indexadas pelo buscador Google. No entanto, TODAS dizem respeito ao texto "A Verdadeira dívida", em diversas línguas. Nada sobre onde teria estudado esse engenhoso e culto cacique, conhecedor da história da Europa, capaz de citar ironicamente o economista Milton Friedman e até mesmo de produzir trocadilhos associando o plano Marshall (1947) ao soberano asteca Montezuma I (1390-1469).
Antes que alguém me acuse de preconceito ("por que um índio não poderia ser culto e inteligente?"), insisto em que a minha dúvida é de outra natureza: por que esse ser humano singular nunca foi visto ou ouvido em qualquer outra ocasião além desse único discurso magnífico?
O próprio discurso parece interrompido, o último parágrafo dá a impressão de conduzir a uma conclusão que não chega a ser enunciada. Na verdade, existe um parágrafo adicional, que eu só encontrei em umas
poucas versões em espanhol e italiano, e que conclui o texto, embora tornando-o, para nós, ainda mais obscuro:
"Dicen los pesimistas del Viejo Mundo que su civilización está en una bancarrota tal que les impide cumplir con sus compromisos financieros o morales. En tal caso, nos contentaríamos con que nos pagaran entregándonos la bala con la que mataron al Poeta. Pero no podrán. Porque esa bala es el corazón de Europa."
Que poeta será esse cuja morte o cacique lamenta? A que "bala" ele está se referindo? A impressão que dá é que o texto é um pouco mais antigo do que tem sido anunciado. A dificuldade de entender, aqui e agora, as circunstâncias em que ele foi escrito poderia ter levado algum copista a eliminar o parágrafo "confuso", deixando o texto inacabado, porém "atual".
Guaicaipuro (ou
Guacaipuro) foi realmente um cacique venezuelano, líder dos índios teques e caracas, e um dos maiores opositores à ocupação espanhola, mas viveu no século XVI, portanto dificilmente teria participado de algum encontro de chefes de estado europeus, e muito menos discutido os 500 anos de dominação européia sobre a América.
Em dezembro de 2001, na comemoração dos
433 anos da morte do cacique Guaicaipuro, seus "restos mortais" foram simbolicamente depositados no panteão nacional da Venezuela. Coisa do governo Chávez, sua mística índia, "bolivariana", etc. O irônico é que, hoje, um dos grandes opositores a Chávez se chama justamente Guaicaipuro Lameda, ex-general de brigada e ex-presidente da Petróleos de Venezuela (a Petrobras deles), afastado do cargo e do exército em 21/02/2002.
Cuauhtémoc (ou Cuauhtemotzin, ou Guatimozin, 1502-1525) foi o último dos imperadores astecas, sobrinho de Montezuma II (1466-1520), tendo sido aprisionado, torturado e finalmente assassinado pelos espanhóis em 1525. O nome é bastante comum no México, é só lembrar do ex-prefeito (1997-99) da cidade do México Cuauhtemoc Cárdenas ou do jogador de futebol Cuauhtemoc Blanco, atacante da seleção mexicana.
Ou seja: o autor do texto certamente fez uma síntese entre dois nomes simbólicos da resistência latinoamericana aos europeus, um venezuelano e um mexicano, para criar o seu mítico herói indígena que vai à europa cobrar "a verdadeira dívida". Podemos e devemos admirar o texto, mas não precisamos acreditar na ficção. Mais do que isso: quem escreveu o texto obviamente jamais pensou em apresentá-lo como verdadeiro, coisa de que se encarregou a comunidade "corta-e-cola" da internet.
A questão é: quem escreveu? Confesso que cheguei a pensar que era coisa do Eduardo Galeano. Mas, em uma
única fonte, o texto é atribuído a um certo Luis Britto García, "periodista mexicano", e também é dito que se trata de uma "carta publicada en El Nacional de Caracas, el 18 de octubre de 1990."
Bom, Luis Britto García não é um jornalista mexicano, mas um
escritor venezuelano, nascido em 1940 e com vários livros publicados, de contos ("Rajatabla", 1970), teatro ("Venezuela tuya", 1971), novela ("Abrapalabra", 1979), textos de humor ("Me río del mundo", 1981), ensaios ("El imperio contracultural: del rock a la postmodernidad", 1990), etc. Li rapidamente alguns textos dele na Internet e o estilo confere, diria que é bem provável que ele seja realmente o autor do texto e o inventor do personagem Guaicaipuro Cuatémoc.
Mas o mais incrível de tudo isso é o tamanho e a dispersão da Internet. É possível achar todas esses dados com poucas horas de pesquisa no Google ou similar, mas a quantidade de informação errada que se encontra no caminho é de espantar. Sem brincadeira, são mais de 800 páginas, em português, espanhol, italiano, inglês e alemão, que simplesmente transcrevem o texto como se ele tivesse sido realmente pronunciado por este tal cacique - mas sem se preocupar em dizer, ou ao menos perguntar, de onde ele veio, que reunião era esta, o que ele fez depois de ter dado esse discurso, em que reserva ele mora, em que escola ele aprendeu (erradamente) a fazer cálculos de juros compostos. É tão fácil "copiar e colar" (e acreditar) que o pessoal simplesmente se esquece do resto.

por Giba Assis Brasil giba@portoweb.com.br
(a partir de mensagens trocadas com João Carlos Barê Junqueira, Ana Elusa Rech e outros)

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terça-feira, agosto 01, 2006

Verdadeira Dívida Externa
Guaicaipuro Cuatemoc

Com certeza o famoso discurso do Cacique Guaicaipuro Cuatemoc numa reunião na Europa é uma lenda. No entanto, a tese de quem escreveu esse discurso sob este pseudônimo é perfeita. Leia abaixo o discurso:
"Aqui estou eu, descendente dos que povoaram a América há 40 mil anos, para encontrar os que a encontraram só há 500 anos.
O irmão europeu da aduana me pediu um papel escrito, um visto, para poder descobrir os que me descobriram. O irmão financista europeu me pede o pagamento, com juros, de uma divida contraída por um Judas, a quem nunca autorizei que me vendesse.
Outro irmão europeu, um rábula, me explica que toda dívida se paga com juros, mesmo que para isso sejam vendidos seres humanos e países inteiros sem pedir-lhes consentimento.
Eu também posso reclamar pagamento, também posso reclamar juros.
Consta no Arquivo das Índias. Papel sobre papel, recibo sobre recibo, assinatura sobre assinatura que somente entre os anos 1503 e 1660 chegaram a São Lucas de Barrameda 185 mil quilos de ouro e 16 milhões de quilos de prata provenientes da América
Terá sido isso um saque?
Não acredito porque seria pensar que os irmãos cristãos faltaram ao Sétimo Mandamento!
Teria sido espoliação? Guarda-me Tanatzin de me convencer que os europeus, como Caim, matam e negam o sangue do irmãoTeria sido genocídio? Isso seria dar crédito aos caluniadores, como Bartolomeu de Las Casas que qualificam o encontro de "destruição da Índias" ou Arturo Uslar Pietri, que afirma que a arrancada do capitalismo e a atual civilização européia se devem à inundação de metais preciosos retirados das Américas!
Não, esses 185 mil quilos de ouro e 16 milhões de quilos de prata foram o primeiro de outros empréstimos amigáveis da América destinados ao desenvolvimento da Europa. O contrário disso seria presumir a a existência de crimes de guerra, o que daria direito a exigir não apenas a devolução, mas indenização por perdas e danos.
Eu, Guaicaipuro Cuatémoc, prefiro pensar na hipótese menos ofensiva.
Tão fabulosa exportação de capitais não foi mais do que o início de um plano "Marshal-tezuma", para garantir a reconstrução da Europa arruinada por suas deploráveis guerras contra os muçulmanos, criadores da álgebra, da poligamia, do banho diário e outras conquistas da civilização.
Por isso, ao celebrarmos o Quinto Centenário desse Empréstimo, poderemos nos perguntar: Os irmãos europeus fizeram uso racional, responsável ou pelo menos produtivo desses recursos tão generosamente adiantados pelo Fundo Indo-americano Internacional?É com pesar que dizemos não.
No aspecto estratégico, o dilapidaram nas batalhas de Lepanto, em armadas invencíveis, em terceiros reichs e outras formas de extermínio mútuo, sem um outro destino a não ser terminar ocupados pelas tropas gringas da OTAN, como um Panamá, mas sem o canal.
No aspecto financeiro foram incapazes, depois de uma moratória de 500 anos, tanto de amortizar o capital e seus juros, quanto se tornarem independentes das rendas liquidas, das matérias primas e da energia barata que lhes exporta e provê todo o Terceiro Mundo.
Este quadro corrobora a afirmação de Milton Friedman, segundo a qual uma economia subsidiada jamais pode funcionar. E nos obriga a reclamar-lhes, para o seu próprio bem, o pagamento do capital e dos juros que, tão generosamente temos demorado todos estes séculos para cobrar.
Ao dizer isto, esclarecemos que não nos rebaixaremos a cobrar de nossos irmãos europeus, as mesmas vis e sanguinárias taxas de 20% e até 30% de juros que os irmãos europeus cobram aos povos do Terceiro Mundo. Nos limitaremos a exigir a devolução dos metais preciosos emprestados, acrescidos de um módico juro fixo de 10%, acumulado apenas durante os últimos 300 anos.
Sobre esta base, e aplicando a fórmula européia de juros compostos, informamos aos descobridores que eles nos devem 180 mil quilos de ouro e 16 milhões de quilos de prata, ambas as cifras elevadas à potência de 300. Isso quer dizer um número para cuja expressão total seriam precisos mais de 300 cifras, e que supera amplamente o peso total do planeta Terra.
Muito peso em ouro e prata! Quanto pesariam calculados em sangue?
Admitir que a Europa, em meio milênio, não conseguiu gerar riquezas suficientes para pagar esses módicos juros seria como admitir seu absoluto fracasso financeiro e/ou a demêncial irracionalidade dos pressupostos do capitalismo.
Tais questões metafísicas, desde já, não nos inquietam aos índo-americanos.
Porém exigimos a assinatura de uma carta de intenções que discipline aos povos devedores do Velho Continentes e que os obrigue a cumpri-la, sob pena de uma privatização ou conversão da Europa, de forma que lhes permita nos entregá-la inteira como primeira prestação da dívida histórica."Quando terminou seu discurso diante dos Chefes de Estado da Comunidade Europeia, o Cacique Guaicaipuro Cuatemoc, nem sabia que estava expondo uma tese de Direito Internacional para determinar a Verdadeira Dívida Externa.
Agora só resta que algum Governo Latino Americano tenha a dignidade suficiente para impor seus direitos perante os Tribunais Internacionais. Os europeus ali reunidos devem ter percebido que nesse tempo de globalização e tecnologia, índio já não quer mais apito, quer que lhe paguem o devido, com juros.

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